Friday, January 30, 2009

Vou-me Embora pra Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar—
Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Manuel Bandeira

Thursday, January 29, 2009

Tchubaruba

After all the weekend, in a supposed calm Sunday afternoon
At the moment she could see the moon
When I saw her she was just crying, under my favorite tree

So I talked to her and I was trying, to show her what she couldn't see
Behind the flowers in a light she found the sun
Behind the sad I showed her that life is really fun
With some nature together we admire the birds
Collected some different leaves
We realized how amazing the world is...

If you come over
I will say tchubaruba
If you are down,
Yes I will say tchubaruba,
If you don't know where I am,
I'll be tchubirubing,
If you don't know who you are
You can tchubada,
you can tchubaduba

Hey, ha, ho
There's no reason to hide
I could be kind a guide
I could be by her side
Yey, ya yo
She could be just with me
I would be grateful
I would feel...
Yes I would be really cool...

If you come over
I will say tchubaruba
If you are down,
Yes I will say tchubaruba,
If you don't know where I am,
I'll be tchubirubing,
If you don't know who you are
You can tchubada,
you can tchubaduba



Tchubaruba
Malu Magalhães

Desde a história do Bico...

Que história do bico, você deve estar se perguntando. Bem, quando eu era pequena, 2 anos e meio, para ser mais exata, minha mãe sabia que eu seria independente. Isso porque, um dia, virei para ela e disse: "Vou jogar meu bico fora." E joguei. À noite, é claro, "Mãããããe, cadê meu bico?" E minha mãe, de primeira viagem, nova e insegura, agiu muito bem: "Você jogou fora". E eu, despertando meu lado "posso cuidar do meu nariz", dei de ombros. "Então eu vou dormir". E nunca mais pedi pelo tal do bico.

Desde então, tomo minhas decisões sozinha. Aviso quando já fiz um monte de burrada, e já estou perto de concertá-las. Sempre foi assim. Quando não dá para concertar, trato de fugir. Sem vergonha, fujo mesmo. Por isso venho me despedir. Essa, com certeza, é a maior fuga que já fiz.

Então, adeus, e desculpe por não ter me grudado. Desculpe por não ter dito que precisava de você. Se precisava? Talvez sim. Talvez não. Nunca vamos saber. O que sei, é simples - sinto sua falta, mas posso viver muito bem sem você.

Às vezes, somente, queria que você me odiasse. Ao invés de, simplesmente, fingir que eu nunca existi.

Tuesday, January 27, 2009

London, London

2008 foi um ano desesperador. Eu lá, sozinha, destinada ao bissexualismo crônico da faculdade de Letras. Idas e vindas, aulas e mais aulas de Inglês. Não posso acreditar que, por um ano, eu não vou dar aula de Inglês.

Tudo bem, vai... não é isso o que mais me emociona sobre toda essa história de ir para Londres. Eu quero acordar de manhã, e saber que eu posso perder o meu emprego, porque eu sou péssima nele. Isso porque eu sei que vou ser péssima em qualquer outra tarefa diferente de dar aula de Inglês, ou escrever ficção. E se eu tiver de lavar prato para sobreviver, possivelmente as coisas não ficaram bem.

Mas, e daí? Me diz, e daí? Eu lá, na terra do relógio. Sabendo que, como eu não sou dali, e ninguém tem idéia de onde eu vim, posso ser o que eu quiser. É como começar de novo, sem se ter idéia de onde está indo.´

É claro que um ano passa rápido demais, e eu vou estar de volta num piscar de olhos. Mas será que eu vou ser a mesma? Será que uma parte de mim que vai, não vai ficar lá, esquecida em alguma esquina escura? Ou será que uma nova versão me encontrará, e voltará comigo, nunca mais permitindo que eu sinta medo, ou insegurança sobre o que é desconhecido?

Afinal, o que pode ser mais desconhecido do que o amanhã? Não aquele amanhã que você sabe que precisa trabalhar, para pagar suas contas. Mas aquele amanhã em que tudo vai mudar completamente...

Esse vai ser o meu 2009 - um ano de mudanças...

Vamos ver o que eu vou ser em 12 meses...

Monday, January 26, 2009

Domingo

Ficar de bobeira, lendo as besteiras que os outros colocam nos Blogs...
Aceitar e rejeitar pessoas no orkut...
Bloquear gente chata no MSN...
Dar um OIIII para os amigos que estão tãããããõ longe...
Deitar no sofá e assistir maratona Brothers And Sisters
E Law and Order (SVU - é clááááro!!!)
Hooooouse!!! Life Sucks!!!! Everybody Lies!!!
E escrever até a mão ficar dormente!!!!

Adoooooro domingo!!!!

Saturday, January 24, 2009

4 modelos brancos de revista adolescente. Aí o primeiro cara, lindo, cabelos pretos, pouco pelo e barba feita pula em uma piscina aspirante a oceano. De lá de dentro, joga uma espécie de bola d'água que nem molha ninguém, mas deixa todo mundo feliz, feliz! Então, outros dois modelos pulam - são uma espécie de casal, outro cara gato, e uma morena gostosa. E jogam mais bolas d'água, dessa vez para a loirinha, que ri feliz, antes de pular na água também. E, então, a cena clássica das propagandas de pasta de dente - os pombinhos se encontram debaixo d'água e se beijam, até alcançarem a superfície.

Ai ai... queria tanto ser uma garota Sorriso!!!

Tuesday, January 20, 2009

Estacionando o carro na Sapucaí

CARIOCA1: _Pode botá dentro!!!!
PADRE:_Mas cabe???
C1: _É só tu botá solto!!!
P: _Não. Solto num quero!!!
CARIOCA2: _Bota no meu!
P: _Mas o teu é solto?
C2: _Não!
P: _Então vou botar no seu (...) De frente ou de ré?
C2: _Tu vai de frente, aí vai de ré um pouco.
P: _Tá apertado!
C2: _Vai dá! Isso... Isso... mais um pouco... tá bom assim... tá muito bom!
P: _Ótimo! Toma seu dinheiro.

Wednesday, January 14, 2009

"Chega um momento na vida de todo homem em que ele começa a pensar no que vão dizer no seu velório. Para muitos é uma situação impensável: não estar vivo logo na ocasião social mais importante da sua vida. Para agradecer os elogios, rebater possíveis críticas, ver quem foi e quem não foi, que chorou, quem saiu para tomar cafezinho."


Luiz Ferando Veríssimo.

Sunday, January 11, 2009

DO AMOROSO ESQUECIMENTO


Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?


Mário Quintana
Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!


Mário Quintana

Saturday, January 10, 2009

Pensando...

==> Não tenho dinheiro para o show da Alanis

==> Meu irmão mais novo está usando samba-canção - estou ficando cada vez mais velha!

==> Talvez esse ano eu vá para Londres, trabalhe em um lugar subalterno e conheça o meu príncipe encantado, de preferência saradinho e motorizado.

Eu - sinônimo de música

"Não consigo escrever sem ouvir música. Na verdade, não consigo fazer nada sem ouvir música. É claro que há uma categoria - para ler, ouço Norah Jones, ou um acústico da Alanis Morissette que adoro. Para escrever, prefiro uma coletânea de músicas internacioais que eu mesmo gravei, porque nenhum desses especialistas em coletânea me acerta. Para limpar a casa, eu ouço Audioslave, ou Aerosmith - apesar de que todos acham que eu estou ouvindo Hanson, vá se saber porquê! Para lavar louça, eu ouço Letters to Cleo, e canto como se estivesse em um show ao vivo, causando sérias brigas sobre o nível auditivo da minha voz. Meu pai diz que eu tenho algum problema, algum tipo de destúrbio. Talvez sim! Eu devia mesmo ter sido uma música."
Love,
Where have you been all this time?

Quando repenso a minha vida só vejo entradas e saídas do ônibus;
pés calçados; livros nas mãos; e calças jeans demais.

Ontem sonhei que nada disso aconteceu. Abri a janela do meu quarto e, ao invés da costumeira grade de ferro, vi meu jardim coberto por uma flor macia e branca, nas quais meus pés descalços afundaram, nunca encontrando o chão de cimento. Minhas mãos livres brincaram e eu deitava, como se todo a minha casa fosse nada além de um pedaço do céu.

Será que não poderia ter sido assim? Uma sucessão de dias a pisar em núvens feitas de flores brancas, respirar um orvalho quente e ouvir um silencioso canto de pássaros. Não sentira fome, ou desejo, ou inveja. E viveria sem ter conciência disso, adorando cada segundo sem sentir o tempo passar.

Será que eu não deveria ter sido uma música, ou um sentimento, como o amor? Que serve somente para ser poetizado, falado, sentido, gozado e ser só perdão.

Sinto falta - não sei do que, não sei de quem. Quero que um alguém fique mais tempo; quero que uma tal coisa me suprima; quero virar uma núvem de flores brancas e perfumadas. Quero fechar os olhos, e dormir...

Friday, January 02, 2009

"Quero um par para dançar forró, um telefonema à noite, um alguém qualquer para misturar minha caipifruta"