É fácil falar do que passou e do que está por vir. Do que passou porque já aprendemos e, chega uma hora que é o momento de rever as páginas. Falar no que se passou pode aliviar dores emocionais, causar mágoas profundas, e, que sabe, para os mais sentimentais, ou para as lembranças mais ruins, até causar a morte. Como eu fujo a ambos os casos, adoro falar no passado. E faço exageros, cometo erros de datas, e até reinvento alguns detalhes dos quais não gostava muito anteriormente. Assim, o fato de você ter pegado um amigo gay, ou ter avançado o sinal no meio de uma viagem de ônibus, podem ficar até engraçadas ou memoráveis, somente com as diversas formas de se recordar essas loucuras presentes no passado distante da memória pública.
No que está por vir, é ainda melhor. Isso porque nunca sabemos realmente o que está por vir. Os planos, por mais bem calculados, podem te dar uma grande rasteira, e virar completamente a sua vida de pernas para o ar. Então, tudo o que se sonhou, falou, escreveu, poetizou, dramatizou e ficcionou no passado sobre o momento presente não passa de mágica. E eu adoro mágica. Adoro magicar o que está por vir. E a vida, finalmente, parece ter sentido, porque somente pensando que as coisas vão ser melhores, encontro força para continuar.
O momento presente nunca pode ser descrito. É muito vivo para caber em palavras. É muito real para, simplesmente, virar mágica e voar para a tela do computador. É preciso calma... é preciso esperar o momento passar, tornar-se parte do dia de ontem, do ano passado, até da vida passada, para, somente assim, descrever, escrever, poetizar, dramatizar, ficcionalisar.
Nada tenho a dizer da minha situação agora. Posso somente garantir que ontem valeu a pena, hoje é o agora, e amanhã vai ser melhor. And everything shall pass...
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