Tuesday, November 20, 2007

O Mergulho

or

"Mas se eu espear compreender para aceitar as coisas, nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, o mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou para ousar pensar? Devo entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar - e milagre - se anda."





Clarice Lispector

1 comment:

Maritaca said...

Mas que coisa... sei que não se chama poesia de coisa, mas é realmente uma coisa, porque mexeu de uma forma inexplicável comigo, de um modo como só as COISAS fazem.

Já parou pra pensar que falamos coisa quando não damos conta de nos expressar?
Então, é assim que me sinto frente a essa poesia. Talvez pela minha impotêcia de me deixar ser uma coisa.

Mergulhar assim é de fato fechar os olhos sem pensar no devir.
Uma chatisse esse tal fulano, o devir. A todo momento me sinto invadida, me deixo, burramente, ser invadida por ele. Me Deixo ser vexada, como dizem os baianos, por ele. e isso "nos" causa embaraços, desistências, resistências, sofrimento.
Mergulhar "de uma vez só" como me debruço frente a alguns desafios cotidianos. Preciso aprender isso...
Na próxima vez que eu for amar não vou "ousar pensar".
Obrigada pela poesia!

bjs!
Kel